Centelha

Uma centelha se acende atrás dos meus joelhos. Os gelados dedos dos meus pés se encolhem, enquanto os músculos das minhas pernas tensionam, tentando trancar entre as minhas coxas o fogo que você alimenta.

Uma centelha se acende como um Y no meu peito e desce até o meu V. Uma centelha se acende em meus olhos vidrados, que procuram pela sua imagem e depois se fecham pra enxergar o que fariam seus fetiches. Uma centelha se acende na minha garganta, enquanto meus lábios esperam pra tocar os seus, e minha língua ansiosa implora para sentir o seu gosto.

Uma centelha se acende nas pontas dos meus dedos, e minhas mãos percorrem desesperadamente o caminho que você faria. As suas seguram meus punhos, e então você me invade. Centelhas se acendem em dois corpos que se encaixam, imantados, e o ar se enche das faíscas desse entrelaçar de membros, troncos e desejos.

Uma centelha se acende quando tudo está encharcado até a alma. Um curto que provoca choques intermináveis, que machuca com prazer, uma dor viciante. Uma chama que vira incêndio, e a gente não tem vontade de apagar.

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